sexta-feira, 30 de outubro de 2009

mnemotécnica

A memória é um vício. Geralmente as memórias olfactivas são as memórias com maior interferência proactiva. Sentimos determinado odor e o acontecimento associado surge de forma automática. Às vezes para sempre. Felizmente para sempre.
A minha memória (e desculpem lá a falta de cientificidade destes meus apontamentos) é do tipo associativo. Esqueço-me de nomes, de coisas que li, de filmes que vi e até de coisas que já fiz com uma rapidez fulminante dando azo a situações pouco simpáticas. Mas basta lembrar-me de um pequeno pormenor que um chorrilho de recordações aparece.
Pois então ontem dei por mim aqui (já sem os sacos de cimento e com mais reboco): A lembrar-me que já tinha sido assim:
E lembrei-me das garrafas, das gavetas, da prateleira do armário que teimou em sair, das pedras por debaixo da bancada, da grelha enferrujada do passe-vite, dos pedaços de jornal e ervas secas a servir de ninho para visitantes indesejados, a pia sem acesso a água corrente, o cheiro a amónia, as paredes que denunciavam o sítio onde eram cozinhadas as refeições, a madeira enegrecida na boca da chaminé. E mais, muito mais...

mnemotécnica

A memória é um vício. Geralmente as memórias olfactivas são as memórias com maior interferência proactiva. Sentimos determinado odor e o acontecimento associado surge de forma automática. Às vezes para sempre. Felizmente para sempre.
A minha memória (e desculpem lá a falta de cientificidade destes meus apontamentos) é do tipo associativo. Esqueço-me de nomes, de coisas que li, de filmes que vi e até de coisas que já fiz com uma rapidez fulminante dando azo a situações pouco simpáticas. Mas basta lembrar-me de um pequeno pormenor que um chorrilho de recordações aparece.
Pois então ontem dei por mim aqui (já sem os sacos de cimento e com mais reboco): A lembrar-me que já tinha sido assim:
E lembrei-me das garrafas, das gavetas, da prateleira do armário que teimou em sair, das pedras por debaixo da bancada, da grelha enferrujada do passe-vite, dos pedaços de jornal e ervas secas a servir de ninho para visitantes indesejados, a pia sem acesso a água corrente, o cheiro a amónia, as paredes que denunciavam o sítio onde eram cozinhadas as refeições, a madeira enegrecida na boca da chaminé. E mais, muito mais...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Nada se perde...

...tudo se transforma. Foi o caso de uma das pedras que encontrámos no terreno da casa. Estava ao pé da desaparecida casa das mulas, encoberta pelas ervas. Na altura ainda não sabíamos que destino lhe dar mas tínhamos a certeza que iria fazer parte da casa. E assim foi. Há coisa de um mês, mais coisa menos coisa, foi transformada na soleira da porta da cozinha. Como era uma peça rectangular completa foi necessário ajustá-la à moldura da porta. Com a rebarbadora em riste fizemos uns cortes laterais para permitir que encaixasse. Agora precisamos de encontrar um canteiro que a rebaixe para que as águas da chuva não entrem para dentro de casa.

Nada se perde...

...tudo se transforma. Foi o caso de uma das pedras que encontrámos no terreno da casa. Estava ao pé da desaparecida casa das mulas, encoberta pelas ervas. Na altura ainda não sabíamos que destino lhe dar mas tínhamos a certeza que iria fazer parte da casa. E assim foi. Há coisa de um mês, mais coisa menos coisa, foi transformada na soleira da porta da cozinha. Como era uma peça rectangular completa foi necessário ajustá-la à moldura da porta. Com a rebarbadora em riste fizemos uns cortes laterais para permitir que encaixasse. Agora precisamos de encontrar um canteiro que a rebaixe para que as águas da chuva não entrem para dentro de casa.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Para te alegrar

Uma das muitas coisas boas lá de casa é esta janela. Como nos contou o Chólita a AC foi em tempos uma taberna. Ora quando as ventanias bravas de Sul castigavam a porta principal os clientes entravam pela porta lateral virada a Este. Mais tarde a casa deixou de ser taberna e os proprietários transformaram a porta em janela. Como ficou uma janela "rebaixada" (é do tunning!) e a largura da parede assim o permite, alargámos o parapeito e criámos uma espécie de banco na própria janela. Ainda não está terminado e a foto não faz juz ao espaço mas acho que vai ficar um cantinho acolhedor... Só temos de resolver o probleminha da chapa verde do vizinho que é a modos que...hummm... pavorosa?

Para te alegrar

Uma das muitas coisas boas lá de casa é esta janela. Como nos contou o Chólita a AC foi em tempos uma taberna. Ora quando as ventanias bravas de Sul castigavam a porta principal os clientes entravam pela porta lateral virada a Este. Mais tarde a casa deixou de ser taberna e os proprietários transformaram a porta em janela. Como ficou uma janela "rebaixada" (é do tunning!) e a largura da parede assim o permite, alargámos o parapeito e criámos uma espécie de banco na própria janela. Ainda não está terminado e a foto não faz juz ao espaço mas acho que vai ficar um cantinho acolhedor... Só temos de resolver o probleminha da chapa verde do vizinho que é a modos que...hummm... pavorosa?

2Fe + O2 + 2H2O → 2Fe(OH)2

Volta e meia os K. M (lembram-se de falar aqui do pessoal da Cova da Moura?), aparecem, qual ferrugem recalcada, para nos lembrar que quem se mete em obras tem uma ou outra cefaleia garantida. Desta vez a má-fé dos artistas foi tal que nem a consigo explicar aqui. Simplesmente foi mau. Foram chamados à responsabilidade e não houve lugar a (muitas) desculpas esfarrapadas porque simplesmente não havia como. A partir de agora não colocam mais os pés lá em casa a não ser para retirar as tralhas que deixaram por lá. A resolução do problema fica por nossa "conta", sendo que a "conta" propriamente dita fica por "conta" dos excelentíssimos energúmenos. Já diz o outro e bem "Adeus, ó vai-te embora!"

2Fe + O2 + 2H2O → 2Fe(OH)2

Volta e meia os K. M (lembram-se de falar aqui do pessoal da Cova da Moura?), aparecem, qual ferrugem recalcada, para nos lembrar que quem se mete em obras tem uma ou outra cefaleia garantida. Desta vez a má-fé dos artistas foi tal que nem a consigo explicar aqui. Simplesmente foi mau. Foram chamados à responsabilidade e não houve lugar a (muitas) desculpas esfarrapadas porque simplesmente não havia como. A partir de agora não colocam mais os pés lá em casa a não ser para retirar as tralhas que deixaram por lá. A resolução do problema fica por nossa "conta", sendo que a "conta" propriamente dita fica por "conta" dos excelentíssimos energúmenos. Já diz o outro e bem "Adeus, ó vai-te embora!"

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Come-Sopa

Estava eu uma vez mais a passear a Dixie no campo ao pé de casa quando reparei numa meia dúzia de buracos no chão. Por ali não passa ninguém para além do Chólita e dificilmente um animal faria vários buracos com aquela dimensão. Perguntei ao sr. AC o que era aquilo. Disse-me que esteve lá no outro dia o Come-Sopa a apanhar formigas de asa para armar aos passarinhos. Sim, é verdade, temos um vizinho de nome desconhecido mas cuja alcunha é Come-Sopa. Tem uma hortinha perto lá de casa. Eu já soube a história por detrás da alcunha mas não me lembro com precisão... Talvez o sr. AC possa aprofundar a questão na caixa de comentários.
O que eu sei é que quando encontramos o Come-Sopa na rua - ainda ontem o vimos na sua bicicleta - ele arremelga muitos os seus olhos grandes e pergunta bem alto: Vai bem?!!

Come-Sopa

Estava eu uma vez mais a passear a Dixie no campo ao pé de casa quando reparei numa meia dúzia de buracos no chão. Por ali não passa ninguém para além do Chólita e dificilmente um animal faria vários buracos com aquela dimensão. Perguntei ao sr. AC o que era aquilo. Disse-me que esteve lá no outro dia o Come-Sopa a apanhar formigas de asa para armar aos passarinhos. Sim, é verdade, temos um vizinho de nome desconhecido mas cuja alcunha é Come-Sopa. Tem uma hortinha perto lá de casa. Eu já soube a história por detrás da alcunha mas não me lembro com precisão... Talvez o sr. AC possa aprofundar a questão na caixa de comentários.
O que eu sei é que quando encontramos o Come-Sopa na rua - ainda ontem o vimos na sua bicicleta - ele arremelga muitos os seus olhos grandes e pergunta bem alto: Vai bem?!!

inspirações

No sábado de manhã fomos visitar um moinho recuperado que existe perto lá de casa e que é lindo, lindo, lindo. Foi a porta daquele moinho serviu de "inspiração" para a porta da Alegre Casinha. Mais coisa menos coisa a nossa porta da rua vai ficar assim:

inspirações

No sábado de manhã fomos visitar um moinho recuperado que existe perto lá de casa e que é lindo, lindo, lindo. Foi a porta daquele moinho serviu de "inspiração" para a porta da Alegre Casinha. Mais coisa menos coisa a nossa porta da rua vai ficar assim:

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Lá..

...diz o Rui Veloso que o prometido é devido e por isso aqui estão as fotos das pinturas rupestres feitas pelo electricista. Pinturas rupestres ou então agrogramas pouco inspirados...
Ontem quando fui passear a Dixie deixei o sr. AC a abrir os roços para os tubos de pvc. Quando voltei deparo-me com esta enigmática escultura no reboco. Ou a minha mente é perversa ou...a minha mente é perversa!

Lá..

...diz o Rui Veloso que o prometido é devido e por isso aqui estão as fotos das pinturas rupestres feitas pelo electricista. Pinturas rupestres ou então agrogramas pouco inspirados...
Ontem quando fui passear a Dixie deixei o sr. AC a abrir os roços para os tubos de pvc. Quando voltei deparo-me com esta enigmática escultura no reboco. Ou a minha mente é perversa ou...a minha mente é perversa!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Luz, spray, acção!

A minha Nikonzinha está, literalmente, a carregar baterias e por isso não tenho nenhuma foto que ilustre o actual estado da AC. Talvez amanhã. Ontem esteve lá em casa o electricista encartado a fazer as marcações. Que marcações? As marcações da electricidade, ou seja, os locais onde devemos abrir roços para colocar tubos de pvc. Dentro desses tubos serão colocados os fios eléctricos. Eu não estive presente mas vi o resultado no final do dia: uma mão-cheia de grafittis nas paredes, com spray azul e vermelho, a identificar tomadas, interruptores e pontos de luz.
Tudo certinho, dentro dos conformes, para ver se passa na inspecção obrigatória da Certiel - entidade que certifica instalações eléctricas novas ou modificadas. Claro que este "tudo certinho, dentro dos conformes" tem um preço. E que preços meus amigos! Again: dor, muita dor! Onde é que eu já li isto?..

Luz, spray, acção!

A minha Nikonzinha está, literalmente, a carregar baterias e por isso não tenho nenhuma foto que ilustre o actual estado da AC. Talvez amanhã. Ontem esteve lá em casa o electricista encartado a fazer as marcações. Que marcações? As marcações da electricidade, ou seja, os locais onde devemos abrir roços para colocar tubos de pvc. Dentro desses tubos serão colocados os fios eléctricos. Eu não estive presente mas vi o resultado no final do dia: uma mão-cheia de grafittis nas paredes, com spray azul e vermelho, a identificar tomadas, interruptores e pontos de luz.
Tudo certinho, dentro dos conformes, para ver se passa na inspecção obrigatória da Certiel - entidade que certifica instalações eléctricas novas ou modificadas. Claro que este "tudo certinho, dentro dos conformes" tem um preço. E que preços meus amigos! Again: dor, muita dor! Onde é que eu já li isto?..

Carta Aberta...

...aos senhores do restaurante ali da curva:

Eu até gosto bastante de ir ao vosso estabelecimento. Já aí comi uns belos nacos na pedra acompanhados de um molho de alho muito agradável. Mas faz favor de cumprir todas as normas higiénico-sanitárias. Ontem o meu pai almoçou aí uns hambúrgueres duvidosos, ficou mal da barriga, e agora está meio adoentado. Há muito trabalhinho a fazer meus senhores, e eu não arranjo outro assistente operacional tão prestável e dedicado. Querem lá ver que eu tenho de fazer um telefonema para uma certa e determinada autoridade? Hum?

Carta Aberta...

...aos senhores do restaurante ali da curva:

Eu até gosto bastante de ir ao vosso estabelecimento. Já aí comi uns belos nacos na pedra acompanhados de um molho de alho muito agradável. Mas faz favor de cumprir todas as normas higiénico-sanitárias. Ontem o meu pai almoçou aí uns hambúrgueres duvidosos, ficou mal da barriga, e agora está meio adoentado. Há muito trabalhinho a fazer meus senhores, e eu não arranjo outro assistente operacional tão prestável e dedicado. Querem lá ver que eu tenho de fazer um telefonema para uma certa e determinada autoridade? Hum?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Bom dia alegria!

Tic tac tic tac...já podemos começar a contagem decrescente?
Bom dia alegria!

Tic tac tic tac...já podemos começar a contagem decrescente?

Toddy e Repolhadas

A propósito dos gostos culinários do Chólita e das repolhadas de sua eleição (o meu avô também adorava um bom arroz de repolho) e de uma nostálgica garrafinha de leite achocolatado Toddy que comprei no outro dia no supermercado, tenho que dizer que na alegre casinha também há...alegre comidinha!
A influência da cozinheira é, indubitavelmente, alentejana, e por isso já comemos migas de pão com entrecosto, carne à alentejana, migas de batata com carne, batatas fritas envinagradas (ena, tanta batata!), gaspacho, febras de coentrada, feijoada, cozido, umas costoletas de novilho deliciosas acompanhadas de arroz de coentros e batata doce (outra vez batata!) frita às rodelas, ovos com farinheira, sopas de tomate, entre outros petiscos.
Mas não é só na AC que se come bem. Nunca eu - moça nascida e criada numa urbe de quem o atum em lata é o melhor amigo - comi tanto peixe na vida. A brincar digo ao sr. AC que na minha terra só havia douradinhos...
Pois que agora, pela mão mágica da avó C., é um arraial de sabores do mar: ele é chaputa, ele é tamboril, raia, sargo, moreia, besugos, lulas, chocos, sardinhas, carapaus, espadarte, salongo, peixe-espada, sardinhas, carapaus, dourada, pargo, cantaril,etc. etc. etc. O almoço de ontem? Uma massa de peixe...toupeira!! Numa singela palavrinha: uicabom!

Toddy e Repolhadas

A propósito dos gostos culinários do Chólita e das repolhadas de sua eleição (o meu avô também adorava um bom arroz de repolho) e de uma nostálgica garrafinha de leite achocolatado Toddy que comprei no outro dia no supermercado, tenho que dizer que na alegre casinha também há...alegre comidinha!
A influência da cozinheira é, indubitavelmente, alentejana, e por isso já comemos migas de pão com entrecosto, carne à alentejana, migas de batata com carne, batatas fritas envinagradas (ena, tanta batata!), gaspacho, febras de coentrada, feijoada, cozido, umas costoletas de novilho deliciosas acompanhadas de arroz de coentros e batata doce (outra vez batata!) frita às rodelas, ovos com farinheira, sopas de tomate, entre outros petiscos.
Mas não é só na AC que se come bem. Nunca eu - moça nascida e criada numa urbe de quem o atum em lata é o melhor amigo - comi tanto peixe na vida. A brincar digo ao sr. AC que na minha terra só havia douradinhos...
Pois que agora, pela mão mágica da avó C., é um arraial de sabores do mar: ele é chaputa, ele é tamboril, raia, sargo, moreia, besugos, lulas, chocos, sardinhas, carapaus, espadarte, salongo, peixe-espada, sardinhas, carapaus, dourada, pargo, cantaril,etc. etc. etc. O almoço de ontem? Uma massa de peixe...toupeira!! Numa singela palavrinha: uicabom!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Para os mais desatentos..

...a nossa fossa está bem identificada!!!

Para os mais sensíveis: não se preocupem que o cimento vai ficar escondidinho debaixo da terra :)

Para os mais desatentos..

...a nossa fossa está bem identificada!!!

Para os mais sensíveis: não se preocupem que o cimento vai ficar escondidinho debaixo da terra :)

Dos cheiros

Há uns 8 anos atrás fui trabalhar e morar para uma casinha no Alentejo. Nos 2 anos que lá morei nunca, em momento algum, senti que aquela fosse a "minha" casa. Faltava o cheiro. Tinha as minhas coisas, as minhas roupas, fotografias, objectos dos quais nunca me separei, mas faltava sempre o cheiro. O cheiro a casa. Aquela casa, que eu até gostava, tinha um cheiro impessoal, a casa em que entramos pela primeira vez. Não me trazia recordações. Não era para lá que eu queria ir.
Ontem fui buscar a Dixie à Alegre Casinha e vi o soalho novo, estive no sítio onde vai ficar o nosso quarto. Cheirava a madeira, a aconchego, a conforto. Lembra mil e uma histórias, pessoas que nos querem bem. Está a chover muito lá fora e se pudesse era para a nossa casa que eu ia agora.

Dos cheiros

Há uns 8 anos atrás fui trabalhar e morar para uma casinha no Alentejo. Nos 2 anos que lá morei nunca, em momento algum, senti que aquela fosse a "minha" casa. Faltava o cheiro. Tinha as minhas coisas, as minhas roupas, fotografias, objectos dos quais nunca me separei, mas faltava sempre o cheiro. O cheiro a casa. Aquela casa, que eu até gostava, tinha um cheiro impessoal, a casa em que entramos pela primeira vez. Não me trazia recordações. Não era para lá que eu queria ir.
Ontem fui buscar a Dixie à Alegre Casinha e vi o soalho novo, estive no sítio onde vai ficar o nosso quarto. Cheirava a madeira, a aconchego, a conforto. Lembra mil e uma histórias, pessoas que nos querem bem. Está a chover muito lá fora e se pudesse era para a nossa casa que eu ia agora.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lost in translation

Rondona

Rondox

Catrabucha

Lusalite

Roscone

Burquim

(...)

Lost in translation

Rondona

Rondox

Catrabucha

Lusalite

Roscone

Burquim

(...)

Janelas

O antigo lagar, agora transformado em cozinha, nao tinha janelas viradas a Este. Para podermos usufruir de mais luz natural optámos por abrir uma janela e uma espécie de porta/janela que vai dar acesso directo ao futuro jardim. Como já não tinhamos cantarias suficientes nem dinheiro para as comprar o sr. AC arranjou um plano B: utilizar algumas das tijoleiras do antigo forno e da antiga chaminé para debruar as janelas. O processo foi bastante simples: primeiro limpámos as tijoleiras, fizemos uma cola com cimento puro, molhámos a parede e depois foi só colar fazendo alguma pressão. Foi muito rápido.
Para as juntas utilizámos um bocadinho de tubo pvc para marcar os espaçamentos. Depois de tudo bem seco vamos limpar e fazer os acabamentos.

Janelas

O antigo lagar, agora transformado em cozinha, nao tinha janelas viradas a Este. Para podermos usufruir de mais luz natural optámos por abrir uma janela e uma espécie de porta/janela que vai dar acesso directo ao futuro jardim. Como já não tinhamos cantarias suficientes nem dinheiro para as comprar o sr. AC arranjou um plano B: utilizar algumas das tijoleiras do antigo forno e da antiga chaminé para debruar as janelas. O processo foi bastante simples: primeiro limpámos as tijoleiras, fizemos uma cola com cimento puro, molhámos a parede e depois foi só colar fazendo alguma pressão. Foi muito rápido.
Para as juntas utilizámos um bocadinho de tubo pvc para marcar os espaçamentos. Depois de tudo bem seco vamos limpar e fazer os acabamentos.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Chólita ou mais um nosso amigo de 70 anos

Depois da menina Deolinda falo-vos hoje do Cholita. E quem é o Cholita?
Ora bem, das traseiras lá de casa vê-se, a norte, a serra e um pouco de mar. Vê-se também a escolinha. E é nestes campos que anda diariamente um pastor com as suas ovelhas. Conhecemo-lo logo no início, ainda quando só estavamos a namorar a casa.
Apresentou-se " O meu nome é Jirónimo mas todos me tratem por Chólita". [ Por uma questão de privacidade pensei em ocultar aqui no blogue a alcunha do senhor mas pelos vistos há mais do que um Chólita neste nosso lindo Portugal.]
Com 73 anos, pequeno, de tez queimada pelo sol e os dedos a adivinhar arteroses, logo ali tratou de nos contar a história da casa e a sua própria história. O Chólita – ou Chólica como diz o meu pai - desde então tem passado com frequência pela AC para dois dedos de conversa. Foi através dele que soubemos que a casa foi em tempos uma taberna e que uma das pessoas que a habitou se chamava D. Brites (a bisavó do Cholita) e tinha um feitiozinho a atirar para o retorcido.
Há uns tempos atrás ofereceu-nos legumes e fruta para o almoço de domingo. E como é dado à converseta começou a falar do que gosta e não gosta de comer. Mas o Chólita tem um sotaque que às vezes é dificíl de entender. Falava-me que não gostava de comer "cárrrrrene" e eu não percebia o que ele queria dizer. Voltou a repetir "Não gosto de cárrrrene, gosto mais de ligumes, dumas repolhadas". E eu sem lata de lhe perguntar de que raio estava ele a falar. Só quando falou em borrego é que se fez luz: não gosta de carne!
Também um destes dias apareceu - já aqui contei isto? - com um molho de ervas no ouvido. O sr. AC não resistiu a perguntar o que era aquilo. Explicou que era erva azeitoneira e que fazia muito bem à dor de ouvidos...Também já nos contou como conheceu a mulher e como fugiu com ela porque a família dela não aceitava o namoro. E já levou o sr. AC a dar um passeio pelos campos para conhecer algumas das ervas que por ali crescem. Contou também como se prepara o engodo para as moreias. E que nunca quis deixar a terra onde nasceu para ir para o mar, quando na década de 60/70 não havia ali trabalho. Ficou com o pai. Ficou com a terra. Ficou com os animais. Ficou com o coração.
Tivesse este blogue som e terminava o post com a forma catita como o Chólita chama as ovelhas: "Anda cá ovelhinhaaaaaaaaaaaaaa!!!"

Chólita ou mais um nosso amigo de 70 anos

Depois da menina Deolinda falo-vos hoje do Cholita. E quem é o Cholita?
Ora bem, das traseiras lá de casa vê-se, a norte, a serra e um pouco de mar. Vê-se também a escolinha. E é nestes campos que anda diariamente um pastor com as suas ovelhas. Conhecemo-lo logo no início, ainda quando só estavamos a namorar a casa.
Apresentou-se " O meu nome é Jirónimo mas todos me tratem por Chólita". [ Por uma questão de privacidade pensei em ocultar aqui no blogue a alcunha do senhor mas pelos vistos há mais do que um Chólita neste nosso lindo Portugal.]
Com 73 anos, pequeno, de tez queimada pelo sol e os dedos a adivinhar arteroses, logo ali tratou de nos contar a história da casa e a sua própria história. O Chólita – ou Chólica como diz o meu pai - desde então tem passado com frequência pela AC para dois dedos de conversa. Foi através dele que soubemos que a casa foi em tempos uma taberna e que uma das pessoas que a habitou se chamava D. Brites (a bisavó do Cholita) e tinha um feitiozinho a atirar para o retorcido.
Há uns tempos atrás ofereceu-nos legumes e fruta para o almoço de domingo. E como é dado à converseta começou a falar do que gosta e não gosta de comer. Mas o Chólita tem um sotaque que às vezes é dificíl de entender. Falava-me que não gostava de comer "cárrrrrene" e eu não percebia o que ele queria dizer. Voltou a repetir "Não gosto de cárrrrene, gosto mais de ligumes, dumas repolhadas". E eu sem lata de lhe perguntar de que raio estava ele a falar. Só quando falou em borrego é que se fez luz: não gosta de carne!
Também um destes dias apareceu - já aqui contei isto? - com um molho de ervas no ouvido. O sr. AC não resistiu a perguntar o que era aquilo. Explicou que era erva azeitoneira e que fazia muito bem à dor de ouvidos...Também já nos contou como conheceu a mulher e como fugiu com ela porque a família dela não aceitava o namoro. E já levou o sr. AC a dar um passeio pelos campos para conhecer algumas das ervas que por ali crescem. Contou também como se prepara o engodo para as moreias. E que nunca quis deixar a terra onde nasceu para ir para o mar, quando na década de 60/70 não havia ali trabalho. Ficou com o pai. Ficou com a terra. Ficou com os animais. Ficou com o coração.
Tivesse este blogue som e terminava o post com a forma catita como o Chólita chama as ovelhas: "Anda cá ovelhinhaaaaaaaaaaaaaa!!!"

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Deolinda ó-i-ó-ai

Hoje vou aqui falar da D. Deolinda. Correcção: Menina Deolinda. Ora a Menina Deolinda cuja idade é uma incógnita, um mistério insondável das profundezas deste nosso mar azul, é uma das nossas vizinhas. Todos os dias lá vai ela, curvada e apoiada numa bengala, levar comer aos gatos vadios que habitam a casota vazia que está no terreno do lado. O que eu acho curioso é que ela não parece gostar dos gatos. E digo isto porque numa destas tardes de Verão tivemos o seguinte diálogo:

Eu- Gosta muito de gatos não é?

Menina Deolinda - Ai dão muito trabalho menina, são uns vadios... Mas depois uma pessoa fica com pena..Tenho lá uma em casa que nem imagina!..

Eu - Imagino..E depois uma pessoa afeiçoa-se aos bichos..

Menina Deolinda - Eu queria era que ela morresse, menina! Tem mau feitio, é esquisita. Só quer carapaus frescos ! E eu não consigo arranjar peixe fresco todos os dias!

Ora bem...Hummm...Pois...A verdade verdadinha é que a Menina Deolinda - que diz que o Sr. AC é um santo menino muito dado (esta parte ainda tenho de esclarecer, oubites?...) - vai todos os dias por 2 vezes alimentar aqueles gatos ariscos e pouco dados a contacto humano. E leva-lhes quase sempre peixe. Moral da história? Às vezes, o esforço é justamente o que precisamos na nossa vida, para nos tornarmos mais fortes e mais capazes. Que ficar em casa a ver a Júlia Pinheiro, o Goucha e a sua estridente partner loira mais o pato que fala, dá cabo da sanidade mental duma pessoa. Tratar de gatos que eu até nem gosto assim tanto? Venham eles!!!

Foto deveras interessante: o rabo da menina Deolinda

Deolinda ó-i-ó-ai

Hoje vou aqui falar da D. Deolinda. Correcção: Menina Deolinda. Ora a Menina Deolinda cuja idade é uma incógnita, um mistério insondável das profundezas deste nosso mar azul, é uma das nossas vizinhas. Todos os dias lá vai ela, curvada e apoiada numa bengala, levar comer aos gatos vadios que habitam a casota vazia que está no terreno do lado. O que eu acho curioso é que ela não parece gostar dos gatos. E digo isto porque numa destas tardes de Verão tivemos o seguinte diálogo:

Eu- Gosta muito de gatos não é?

Menina Deolinda - Ai dão muito trabalho menina, são uns vadios... Mas depois uma pessoa fica com pena..Tenho lá uma em casa que nem imagina!..

Eu - Imagino..E depois uma pessoa afeiçoa-se aos bichos..

Menina Deolinda - Eu queria era que ela morresse, menina! Tem mau feitio, é esquisita. Só quer carapaus frescos ! E eu não consigo arranjar peixe fresco todos os dias!

Ora bem...Hummm...Pois...A verdade verdadinha é que a Menina Deolinda - que diz que o Sr. AC é um santo menino muito dado (esta parte ainda tenho de esclarecer, oubites?...) - vai todos os dias por 2 vezes alimentar aqueles gatos ariscos e pouco dados a contacto humano. E leva-lhes quase sempre peixe. Moral da história? Às vezes, o esforço é justamente o que precisamos na nossa vida, para nos tornarmos mais fortes e mais capazes. Que ficar em casa a ver a Júlia Pinheiro, o Goucha e a sua estridente partner loira mais o pato que fala, dá cabo da sanidade mental duma pessoa. Tratar de gatos que eu até nem gosto assim tanto? Venham eles!!!

Foto deveras interessante: o rabo da menina Deolinda

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Alegre Casinha: estado da arte

A propósito de uns interruptores de cerâmica lá para casa dizia um colega meu que não queria nada de coisas antigas mas sim o estado da arte em tecnologia, do tipo assobiar uma sucessão de acordes para acender a luz do quarto, emitir um falsete para abrir os estores e por aí em diante. E porque gostos são gostos temos que os aceitar. A Alegre Casinha não tem pretensão alguma em termos de estilo. Não será moderna, não é rústica, não é casa de campo, não é casa de praia. A nossa única pretensão é um dia ter uma casa aconchegante, com cheiro a bolos e roupa lavada. Seja aqui, seja onde for. Mas se for no nosso sítio preferido, e se for catita, ao nosso gosto, melhor ainda.
Não é a última coca-cola do deserto, não é a última bolacha do pacote nem o último quadradinho de chocolate. Mas, para nós, tem o mesmíssimo sabor.

Já agora, interruptor de rodar ou com patilha? ;)


Alegre Casinha: estado da arte

A propósito de uns interruptores de cerâmica lá para casa dizia um colega meu que não queria nada de coisas antigas mas sim o estado da arte em tecnologia, do tipo assobiar uma sucessão de acordes para acender a luz do quarto, emitir um falsete para abrir os estores e por aí em diante. E porque gostos são gostos temos que os aceitar. A Alegre Casinha não tem pretensão alguma em termos de estilo. Não será moderna, não é rústica, não é casa de campo, não é casa de praia. A nossa única pretensão é um dia ter uma casa aconchegante, com cheiro a bolos e roupa lavada. Seja aqui, seja onde for. Mas se for no nosso sítio preferido, e se for catita, ao nosso gosto, melhor ainda.
Não é a última coca-cola do deserto, não é a última bolacha do pacote nem o último quadradinho de chocolate. Mas, para nós, tem o mesmíssimo sabor.

Já agora, interruptor de rodar ou com patilha? ;)