sábado, 31 de dezembro de 2011

Venha ele

2012, sê meiguinho. Sopra para longe esta nuvem negra que se instalou no país e traz-nos algumas alegrias. BOM ANO!


imagem cliché @google images

PS- Para o ano que finda: apesar de tudo, foste o melhor ano da minha vida!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Mais coisas que eu não entendo*

Gosto de ler os jornais on-line pela manhã. Só ainda não entendi por que é que deixam as caixas de comentários abertas para que qualquer ressabiado se lembre de destilar ignorância e anormalidades pejadas de asneiras.
Deixo aqui um exemplo lindo que li no Jornal de Notícias, sobre o facto de um padre espanhol ter cancelado um baptizado por o padrinho da criança ser homossexual. Um comentador indignado deixou esta pérola:

" Se existe casamento pelo civil, porque é que não existe baptizado pelo civil também? Assim não havia problema: não se tinha que fazer baptizados em igrejas que muitas vezes tem "bolores" que fazem mal; podiam-se escolher sitios bem mais bonitos para um baptizado, onde se pudesse fazer a apresentação do bébé à sociedade, que é na realidade disso que se trata ou se deveria tratar."


Deste tipo de pessoas é que eu tenho medo.


*Ainda há pouco tempo li sobre isto num blogue. Tenho pena de não me lembrar qual era para deixar aqui a referência...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Salsicha




Apareceu lá por casa pelas mãos de minha mãe que a salvou de ter um fim precoce e cruel. Pequenina, parecia uma salsicha e assim foi baptizada: Salsicha. A rafeira Salsicha tinha um pêlo castanho muito curtinho, que quando apanhava chuva fazia jus à expressão "cheiro de cão molhado". Era fedorenta e velhaca. Roubava tudo o que pudesse ser comestível. Um ano a minha mãe tirou um alguidar cheio de bacalhau a demolhar de cima da bancada e colocou-o no chão por uns momentos. Quando o voltou a colocar na bancada da cozinha deu por falta de umas quantas postas, obra da Salsicha que sorrateiramente foi levando bacalhau para a casota. Também roubava fruta dos sacos de compras pousados no chão enquanto procurávamos a chave da porta. E era friorenta. Em tempos houve lá por casa uma lareira muito grande e quando o lume se resumia a meia dúzia de brasas encostadas a um canto lá ia a Salsicha para dentro da lareira dormir. Adorava festas e quando alguém chegava deitava-se de barriga para baixo para receber afagos. Certo dia ficou repentinamente doente, muito doente. O corpo já a ficar frio, sem sinais de dar grande luta ao mal que se apoderara dela, ninguém achava que ela se ia safar. Daquela noite não passava. Na manhã seguinte, por obra dos insondáveis mistérios deste nosso universo, a Salsicha regressou ao seu estado de alegria constante e parecia que não era nada com ela. Suspirámos de alívio e tudo voltou ao normal.


Acho que nunca foi uma boa cadela de guarda porque o que ela queria mesmo era sopas, descanso e brincadeira. E festas, claro. A Salsicha adorava a minha mãe e era a sua pequena sombra, sempre a cirandar pela casa atrás dela. A Salsicha ia fazer 20 anos (20!) e morreu no dia de Natal. Vinte anos. Mais de metade da minha vida. Há lá coisa mais triste?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Este Natal

Dado que sou pouco criativa nestas coisas de votos natalícios resumo os meus desejos a uma palavrinha: divirtam-se!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Monodente

O Pai Natal chegou mais cedo cá a casa e trouxe um dente à Maria. Está crescida, a minha bebé.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A Bimby, essa máquina mefistofélica

Volta e meia leio acesas discussões sobre a Bimby. Como já aqui referi, ofereceram-nos uma quando viemos para a Alegre Casinha e só um par de meses depois é que a utilizei. Acho que é útil mas estupidamente cara. No entanto, faz-me confusão o pessoal que fala mal, de forma ferverosa, de um raio de uma maquineta, da mesma maneira que acho que há gente que fala daquilo como se fosse a última bolacha do pacote. Mas as pessoas que falam mal tendem sempre a associar a Bimby a maus cozinheiros, os da pior espécie que são os preguiçosos. Eu cá acho que quem fala assim devia, agorinha mesmo, deitar fora a varinha mágica porque são preguiçosos e não sabem fazer um puré de jeito à moda antiga. E de caminho deitavam fora o fogão porque isso é para quem não sabe cozinhar. Cozinhar a lenha dá outro sabor à comida, toda a gente sabe. Deitem também fora a máquina da roupa (a minha avó lavava tudo à mão e ficava um brinquinho!) e a máquina da loiça que só faz é riscar os copos. Vá, e levem também a máquina fashion de tirar o cafézinho. Cá em casa usa-se cafeteira e é bem bom. Ai, querem ver que também têm microondas? Máquina do diabo essa que aquece tudo em minutos e ainda descongela...

Ironia à parte, só queria dizer que a Bimby é uma máquina como tantas outras que todas as pessoas têm em casa. Olho para ela da mesma forma que olho para a torradeira. Só é é estupidamente cara e se não tivesse sido oferecida eu não comprava.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Não entendi

Anúncio da Old Spice ouvido há uns dias na rádio enquanto eu fazia uns abdominais no ginásio:

"O verdadeiro homem não bebe leite, come a vaca toda!"

Juro que não entendi. Não percebi a piadola nem percebi a ligação ao perfume.Talvez estivesse com os neurónios focados em aldrabar a contagem de abdominais mas mesmo agora que já estou no meu lar doce lar, continuo sem entender. Alguém me faz o desenho?

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Croniqueta Dental - update

Desde que meti o aparelho em Outubro já fiz um reajuste para que o mesmo continue a sua função mas duas semanas depois começo a ver que os resultados estão um pouco aquém dos esperados. Para poder puxar um dos caninos vampirescos que me atormentam, os outros dentes têm de se chegar para o lado. Só que estas coisas não acontecem em simultâneo e neste momento tenho um espaço entre os dentes que me faz lembrar uma cabine telefónica ou um carrinho de supermercado. Com jeitinho parece-me que podia enfiar ali uma moeda de 1 euro ... Resta-me esperar pela próxima consulta e rezar a todos os santinhos para que o tal canino seja o próximo a ir ao lugar antes de parecer que arranquei um dente da frente.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Seis meses


Há seis meses nasceu a Maria, há 6 meses que sou mãe. Há seis meses, depois de despachar quase um quilo de sortido húngaro, estava eu feita espertalhona a pensar " o parto não deve ser assim tão doloroso, eu cá sou muito resistente à dor, as pessoas exageram sempre" para horas mais tarde pensar " Ahhhhhhhh, vou morrer aqui, eu não aguento! Por que é que a epidural não faz efeito?!?!! ". Quem ainda não passou pela experiência não se assuste. Aquela parte do "depois a dor passa logo" é verdade. Claro que ficamos com dores (ó se ficamos!) mas aquelas que nos levam ao desespero, com vontade de sair do nosso próprio corpo, passam com alguma celeridade. Depois somos arrebatadas pelo cansaço. Pelo menos comigo foi assim.
Três dias depois, de regresso a casa, começam as verdadeiras mudanças e acho sinceramente que nada nem ninguém nos pode preparar para a reviravolta que acontece na nossa vida. Os choros constantes, o medo de errar, de magoar, o não entender as necessidades que um recém nascido tem pode levar-nos a momentos de lágrimas e desespero. Depois vai passando, adaptamo-nos àquele bebé que é nosso filho - e o estranho que é pronunciar em voz alta "a minha filha"? - e começamos a acreditar em nós e no nosso instinto. Aí sabemos que estamos no caminho certo.
Seis meses depois da Maria nascer posso assegurar-vos que não há amor igual. Olho para ela e, palavra de honra, não consigo parar de lhe dar beijos. E vê-la a dormir? Às vezes, pela manhã, deito-a na nossa cama e fico a vê-la adormecer. Agarra com aquela mão quentinha o meu dedo e cede ao sono. Fico a ouvi-la respirar. Mais tarde acorda cheia de sorrisos. Pego nela, cheiro-a da cabeça aos pés, faço-lhe cócegas para ganhar uma gargalhada, aperto-a no meu colo e sinto o meu coração inundado de amor. Literalmente. Nesses momentos juro-vos que não poderia ser mais feliz.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

É que não se brinca com a comida

A caminho de casa abriu recentemente uma pastelaria que também vende pão. Quando comprei carcaças fiquei chocada com o tamanho das mesmas. Ora vejam aqui na mão do sr.AC:
Asseguro-vos que a foto não faz jus ao real tamanho das carcaças. Se eu quisesse fazer um cachorro não sei se cabia lá a salsicha.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Chegaram



São sete e estão desde ontem a alegrar uma das janelas da sal. Não são Bordalo Pinheiro mas vieram de uma pequena oficina de cerâmica de Barcelos, pela mão de uma prima. Ainda gosto mais assim.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sem fim

Um dos homicídios do 'estripador de Lisboa' ocorreu a pouco mais de 500 metros da minha outra casa. Tinha 14 anos na altura e lembro-me que tudo aquilo me chocou. Hoje, com 32 anos, choca-me que crimes como aqueles prescrevam. Aquelas mulheres eram filhas de alguém, talvez mães de alguém, amigas de alguém. A isso não se pode pôr um rótulo de validade.