Da janela da outra casa, aquela onde sempre morei, pouca coisa verde se avistava. Apenas num pequenino quadrado de terra que envolvia um posto de transformação da EDP é que podiamos descansar os olhos em alguma coisa "viva": umas três laranjeiras bravas e outras tantas romanzeiras. Neste dia ninguém que ali morasse ia apanhar a espiga. Quando muito comprava a algum velhote encostado à soleira de um prédio ou junto à boca do metro.
Este ano fui com o sr. AC para os campos perto da nossa casa. Apanhámos um raminho de oliveira, papoilas, malmequeres brancos, malmequeres amarelos, espigas. No sítio onde se ata o cordel escondemos uma moeda. Guarda-se para no ano seguinte se aplicar o príncipio da renovação, da mudança, da primavera de todas as coisas. Tudo renasce.
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