terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Colchas de renda, panos e serviços

Tremo ao pensar na quantidade de colchas de renda, finos atoalhados turcos, naperons, serviços de jantar, faqueiros e copos que nos querem fazer herdar.
A minha mãe, por exemplo, já veio com a conversa do belo serviço de jantar que tem lá em casa, que lhe custou os olhos da cara, que é de cerâmica portuguesa e que....usou uma vez. Tem graça que o argumento que usa para me impingir o serviço é esse mesmo "eu já não vou usar o serviço, só o usei uma vez." Eu acrescentaria que só usou uma vez porque lá em casa mal cabia uma mesa para 4 pessoas jantarem diariamente quanto mais para um jantar de 12 pessoas com direito a finos pratos.
Depois tenho as rendas da minha avó, que demoraram anos a fazer, com muito custo à luz do petróleo depois um dia de trabalho no campo. Eu já tentei explicar mil vezes que não aprecio e que nem sequer tenho espaço lá em casa para tanta arroba de renda. É a mais pura das verdades. Mas logo me devolve o olhar triste que denuncia que eu sou uma grande ingrata e diz "custou-me tanto a fazer...E levavas também esta que era para o teu irmão, tão linda que é e ele não liga a estas coisas. E uns naperons para o sofá. E uns lençóis com uns bordados." Explicar que eu NUNCA vou usar aquelas coisas é o mesmo que nada. A ideia não é assimilada e a surdez torna-se a maior aliada.
Do lado do sr. AC a coisa não vai melhor e já houve umas tentativas de "passa a outro e não ao mesmo" de copos, pratos e rendas.
Estamos tramados, é o que é. Tenho de arranjar uma estratégia.

2 comentários:

  1. Então e aceitar e n usar?
    n se ferem susceptibilidades, e vão reciclando/despachando as coisas :)

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  2. essa era a solução perfeita se eu tivesse espaço lá em casa para tamanho 'enxoval alheio'... :)

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